A gente gosta de conversa que flui, que seduz e não reduz a vontade de falar. A gente aprecia a prosa que lança os assuntos sem deixar o pensamento no mudo. A fala que empolga, que faz rir, pensar, relembrar e até mesmo chorar.
Mas quando o papo não dá caldo, a gente tem vontade de fugir. Quando a sintonia não rola, não há pressão que faça colar o que não tem nem como rimar. Não adianta forçar o que precisa ser natural.
É só com o ritmo certo que a gente tem vontade de trazer o outro para perto para mais conversas, intercalando dois mundos diferentes. Costurando novas histórias e impressões, provocando um terceiro mundo que começa a ser construído a dois.
Meire Oliveira
O aconchego de uma boa conversa provoca uma revolução na ante sala da zona de conforto, porque instiga, evolui e flui ao encontro de nossas ideias, nossos sonhos, nossas histórias, muitas vezes ali o futuro começa a ser parido...
Os pensares divergentes podem ser pequenas lanças a trazer luz ao nosso porão de ideias empoeiradas, banidas deste mundo atual, processadas e abandonadas. Mas esse encontro de pensamentos podem tirar os véus que falsamente protegiam nossas opiniões. No outro pode existir o eco que reverbera nossos secretos mundos, e essa dança faz balançar os conceitos mais arraigados que podemos ter. Uma boa conversa desfila ideias que enfeitam nossos mundos que se cruzam - ainda que só naquele momento.
Denise Araujo